quarta-feira, 28 de maio de 2008

Esperando Godot ou a Vida Inútil

Para a semana que vem, temos um tema cabeludo para redação: felicidade. Já tivemos uma prévia em aula, quando o professor pediu que cada um desse, em uma única frase, sua visão de felicidade. Depois, cada um escolheu a frase com que mais se identificava e aquela com que menos se identificava.

Por fim, a turma se dividiu em grupos por aproximação de afinidade (em relação à frase) e cada grupo discutiu uma única frase, escolhida por maior número de citações. Ao final, cada grupo apresentou sua visão, fruto da discussão.

O professor Antonio é um provocador, ao estilo de Antonio Abujamra. Faz a turma se puxar. Mesmo os mais preguiçosos, sob seu comando, acabam por pensar.

Antes de escrever minha redação estou lendo "A felicidade, desesperadamente", de André Comte-Sponville. Estou na página 60 de 138. Faz pensar profundamente na eterna insatisfação humana.

Pra quem não sabe, a primeira parte do título deste post refere-se a uma peça de Samuel Beckett. A segunda parte é minha conclusão sobre a peça e, em parte, sobre o livro. A meu ver, Godot é a felicidade. Ele nunca chega, assim como a tão sonhada felicidade, mas é justamente isso que move os personagens, assim como move os homens. Move no decorrer do tempo, no correr dos dias em direção à morte. Esperar, a meu ver, é a única possibilidade concreta. A vida, no fundo, é uma inútil e vazia espera.

Como diz André no livro "felicidade é desejo e só se deseja o que não se tem." Desejo é falta. Portanto, felicidade é falta. Entre outras coisas, André cita no livro uma frase de Woody Allen que diz "como eu seria feliz se fosse feliz!" Como quase tudo que sai daquela cabeça, genial.

Enquanto lia a primeira parte do livro, lembrei a maior parte do tempo de um poema que li há muitos anos, de Thiago de Mello, chamado Poema Concreto. Para que o post não fique longo demais, transcrevo o poema no próximo.

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