quarta-feira, 17 de março de 2010

Tudo ao mesmo tempo agora

Quem me conhece pelo meu trabalho atual e lê meu perfil no blog não entende nada. Afinal, sou um massoterapeuta ou um técnico em informática? Na verdade, sou as duas coisas.

Em outubro de 94 comecei o trabalho com a informática. Lá se vão quase 16 anos.

Em janeiro de 99 fui tratar minha coluna, completamente destruída pelos dias inteiros em frente aos micros, mais o joelho esquerdo que teimava em não dobrar. Depois de passar por dois picaretas com diploma de ortopedista, indicaram-me o Julio Sosa, massoterapeuta e quiroprático, também professor das duas matérias. Depois de 24 sessões finalmente voltei a dormir (eu acordava depois de duas horas com dores horríveis) e voltei a pedalar na beira do gasômetro. Os dois ortopedistas tinham me sugerido vender a bike e passar o resto da vida fazendo infiltração no joelho esquerdo que eu mal conseguia dobrar. E diziam que a dor nas costas era psicológica! Ainda bem que desconfiei dos diagnósticos e não fiz nada do que me sugeriram.

Me apaixonei pelo trabalho de massoterapia e fiz cursos com o Julio, de massagem e de quiropraxia. De 1999 a 2002 fiquei envolvido com as duas profissões ao mesmo tempo. Aí, minha vida deu uma guinada radical em direção à informática.

Abri uma empresa em sociedade com um cara que hoje é meu amigo: Guilherme. Em 2006, depois de três anos, completamente estressado de tanto trabalho, todos os dias até meia noite, incluindo finais de semana e feriados, as dores voltando com tudo, o braço esquerdo me impedindo de dirigir (um dos meus poucos prazeres), enfim, cheguei no limite físico e caí de cama por uma semana. Emagreci 5 quilos. Podia ter ficado rico vendendo a fórmula! Imagina emagrecer 20 quilos por mês!

Em agosto de 2006 fechamos a empresa. Guilherme voltou a dar aulas de boxe e a pedalar. Enquanto tivemos a empresa ele andava de moto para cima e para baixo. Eu separei uma grana e fui estudar de novo, na mesma escola do Julio, a Shantala.

Logo estava de monitor nas turmas e acabei dando aulas. Reescrevi as apostilas dos cursos de massagem e de quiropraxia, fiz o site da escola e comecei a escrever textos sobre os mais variados assuntos. No site, ainda tem dois textos meus, um sobre consumo de água e outro sobre alongamentos.

Mesmo durante esse período, nunca parei com a informática, um vício de mais de vinte anos. Clientes fiéis continuavam me procurando para dar um jeito em seus micros.

Mas naquela época parecia que eu iria me aprofundar de vez no estudo do corpo humano. Era impressionante o tanto que eu estudava. Comprei livros caros e comecei a ler como se fossem histórias em quadrinhos. Cheguei a fazer o vestibular de medicina na UFRGS apenas para sentir a vibe. Entre 4685 candidatos fiquei na posição 2300 mais ou menos. Isso sem abrir um único livro ou apostila com qualquer assunto sobre vestibular.

Quando tudo parecia perfeito, me incomodei seriamente com coisas que ouvi da proprietária da escola e caí fora imediatamente. Na mesma semana, no final do ano de 2007, lá estava eu novamente, completamente mergulhado em placas-mãe, discos rígidos, fontes e pentes de memória...

Em 02 de março de 2010 fez um ano que estou numa empresa de softwares, dando atendimento aos clientes. Há muito tempo eu não trabalhava de empregado e ainda estou me acostumando com a idéia. Meu patrão não é exatamente um bom líder de equipe. É do tipo que "esquece" coisas combinadas, principalmente coisas que me beneficiariam. Isso é um tremendo desestímulo.

À noite e nos finais de semana sigo atendendo aos meus clientes particulares. Tem gente que está comigo há dez anos. São pessoas que confiam cegamente seus micros às minhas mãos.


Resumindo:
eu gosto das duas profissões e faço bem qualquer uma das duas. São duas sensações parecidas e diferentes: tirar uma dor de alguém, colocar uma coluna no seu devido alinhamento, ver o alívio estampado na face da pessoa ao sair da mesa de massagem. Por outro lado, ver um micro voltar a funcionar quase como novo, caçar e eliminar vírus, configurar novas versões de velhos programas. É tudo muito bom.

Mas, meu plano para 2010, antes que o ano acabe, é simples: ou eu volto a ser meu próprio patrão ou consigo um emprego MAIS interessante. Eu não nasci para ser empregado de patrão burro e teimoso. Fico exasperado com a burrice alheia, mais ainda quando o sujeito decide coisas que EU tenho que por em prática.

Se alguém tiver alguma boa idéia, aceito de bom grado.