terça-feira, 20 de novembro de 2012

Não atirem nas crianças


As imagens e os textos sobre o genocídio praticado por israel contra os palestinos têm-me feito pensar em muitas coisas diferentes. Como hoje no final da tarde, quando eu estava na sacada replantando um galho quebrado de Mirra (ironia?) e me veio à mente uma história que há muito tempo eu não recordava.

Eu passei minha infância numa vila poeirenta de Gravataí, na parada 66, na antiga rua Antonio Carlos. Era uma rua com muitas crianças e todos adoravam brincar de pegar, andar de balanço e jogar bola. Por vários anos a gente teve um terreno baldio à disposição bem ao lado de minha casa. Ali, era nosso "campinho". Um dia, cercaram o terreno e proibiram o acesso. Tudo bem, passamos a jogar bola no meio da rua mesmo.

Mas, isso gerou um grande problema. O seu Darci, que não gostava nem de cachorros, nem de crianças, passou a implicar com nossos jogos que aconteciam quase em frente à casa dele. Seguidamente ele vinha até a cerca e nos xingava. Recebia, evidentemente, vários xingamentos de volta. A rua não era dele, era nossa, era de todos. Pais e mães se indispuseram várias vezes com ele por conta de suas reclamações grosseiras. Na visão tacanha dele, criança tinha que ficar quieta e não sair de dentro do próprio pátio.

Entre xingamentos de um lado e outro, a vida foi passando, até que um dia, aconteceu o inevitável. Uma bola chutada mais forte foi parar exatamente numa janela do seu Darci! O homem virou um demônio. Gritava, ensandecido, chamando-nos de marginais para baixo. Mesmo assim, eu tive a pachorra de ir pedir-lhe a bola de volta. Na minha lógica infantil, ele podia ficar zangado, mas não podia ficar com uma bola que não lhe pertencia. Eu aprendera isso com minha mãe, cada um fica com o que é seu. Foi a gota d'água a transbordar o pote. Ele entrou em casa e voltou dali a pouco, de revólver na mão, dizendo que ia matar a nós e nossos pais. Todos saímos correndo e gritando em direção às nossas casas.

Os adultos acudiram e até hoje me lembro da bronca que minha mãe deu nele. A vila inteira ficou contra ele. Éramos moleques, terríveis, por um lado, mas apenas moleques, não bandidos. Claro que não era certo quebrar a janela dele, mas, atirar em crianças?? Só um sujeito muito desequilibrado poderia pensar nisso, E, certamente, ninguém com bom senso ficaria do lado dele. Ele perdeu a razão no exato momento em que reagiu de maneira desproporcional ao nosso "delito".

É exatamente assim que eu vejo a sandice de israel conta os palestinos. Argumentem o que quiserem, me chamem do que imaginarem, mas eu sou radicalmente contra o ato de israel. Somente homens doentes da cabeça atiram em crianças. E somente imbecis apoiam essa barbárie.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Paciência


A imagem congelou na memória mesmo depois que o ônibus afastou-se. Um homem vestido de maneira simples, sentado em um banco da praça, com um livro grosso aberto em seu colo. Ao seu lado, no chão, uma sacola de viagem sobre a qual acomoda-se um pequeno cachorro branco.

Enquanto o homem lê, numa tentativa desesperada de reencontrar sua condição humana, o cachorro espera pacientemente para relembrá-lo de nossa condição animal e da única maneira de amar que não exige nada além de disposição.


Pequena crônica escrita no encontro de ontem da oficina literária. A coordenadora mostrou uma imagem através do projetor e pediu que escrevêssemos sobre ela.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Simplesmente amor


No começo de 2011, creio que em fevereiro, uns amigos me ligaram e me perguntaram se eu teria como abrigar uma gatinha que estava vivendo em uma calçada, em condições precárias. Fui com o velho santana até lá, levei a caixa de transporte e trouxe-a para casa. Devia ter uns quatro meses na época. Era magrela, bastante afetuosa comigo e com Sarah, mas arisca com estranhos e com os outros gatos da casa. Recebeu o nome de Bia, mas logo virou Bibí. Atualmente eu a chamo mais de Fofa do que de Bibí. Ela tem um miado fofo, um jeito de caminhar fofo, nunca puxa briga com ninguém e, como engordou ao longo desse ano e meio, ficou, literalmente, uma fofa.

No começo ela ficou bastante isolada pois quase nunca chegava perto dos outros gatos e, quando o fazia, era rejeitada. Foi assim até que aqueles mesmos amigos me ligaram dizendo que tinham abandonado um bebezinho ali na calçada e eles não sabiam o que fazer. Eu perguntei se tinham como trazê-lo e no mesmo dia recebi a Bebê. Não tinha como dar outro nome a ela. Cabia na palma da minha mão. Pequena, esquálida, pele e osso. Desidratada, desnutrida e com pneumonia. Era difícil de entender o que mantinha aquele ser minúsculo ainda vivo. Sarah me disse, mais de uma vez, que ela não sobreviveria. No ano anterior eu tinha perdido um gatinho, o Léozinho, que trouxera de uma calçada e durou apenas três dias. À parte o fato de não ter conseguido salvá-lo (estava com uma infecção intestinal monstro), me consolava o fato de que ele morreu cercado de afeto e atenção, acomodado em meu colo, sem emitir um único gemido de sofrimento como aqueles que emitia quando o encontrei, enquanto as pessoas passavam totalmente indiferentes à sua dor.

Intimamente decidi que não perderia a Bebê. Dei-lhe antibiótico, muita água e comidinha pastosa, pois não tinha forças para mastigar. Além disso, ela passou três dias e três noites acomodada em minha mão esquerda de onde só saía para satisfazer suas necessidades. Mesmo quase morrendo, ela manifestava enfaticamente a intenção de fazer xixi e cocô a tempo de colocá-la em uma bandejinha baixa com areia reservada especialmente para o uso dela. Na hora de dormir, eu me deitava bem devagar para que ela fosse se acomodando com minha mão sobre o peito. Quando eu já estava completamente deitado, ela saía de minha mão e se acomodava na curva do meu pescoço, num encaixe perfeito. E assim dormíamos, eu sem me mexer, ela respirando cada vez melhor. Às vezes eu ficava um bom tempo acordado ouvindo o som da sua respiração e só dormia quando ia baixando de volume, sinal de que ela estava totalmente relaxada, apesar de todo o mal estar que devia estar sentindo.

Com a chegada da Bebê uma coisa muito curiosa aconteceu com a Fofa. Ela passou a seguir-nos onde íamos e quando eu soltava a Bebê no chão, ela a lambia e se posicionava como se precisasse defendê-la. Os outros ficavam em volta, curiosos com aquele serzinho fazendo um barulho estranho (parecido com uma pessoa no mais alto grau de uma asma), mas nenhum se atrevia a chegar perto. Fofa assumiu o papel de irmã mais velha da Bebê e até dormia ao nosso lado. Eu tinha inclusive que ficar atento pela diferença de tamanho das duas para que a Fofa não machucasse a Bebê.

No quarto dia, a respiração da Bebê praticamente normalizou e ela passou a caminhar de forma segura. Aos poucos fui deixando as duas brincarem sozinhas, mesmo inspirando cuidados. Mesmo hoje, a Fofa tem três vezes o tamanho da Bebê. Imaginem naquela época...

O tempo passou e muita coisa mudou na minha vida. Uma separação, uma guinada profissional, algumas atitudes que me tiraram da concha em que me colocara voluntariamente.

A Bebê cresceu (em termos, hehehe) e tornou-se uma gatinha muito lindinha, sapeca e afetuosa. Quando fez um ano, eu comecei a desconfiar que ela nunca iria ter o primeiro cio. Somente na semana passada, um ano e quatro meses depois de chegar aqui, ela tornou-se uma gatinha adulta. Para relembrar com ênfase sua chegada, foram vários dias sem dormir, com sua cantoria em busca de um gatinho. Nesse meio tempo, alguns contatos do facebook divulgaram campanhas de castração solidária. Liguei para três delas e me decidi pela mais econômica. Para quem não sabe, na castração solidária, grupos de veterinários se reúnem em certos dias, em geral aos finais de semana, para atender o máximo possível de animais. O valor varia de 50 a 100 reais. A diferença para uma clínica particular é enorme. Numa dessas uma castração pode custar até 300 reais, fora medicamentos pós-cirúrgicos. O único senão é que você não vai pegar o animal no outro dia, já acordado e com saudade de casa. Você o traz uma ou duas horas depois, ainda sob o efeito da anestesia, o que não é uma visão muito agradável.

Foi assim que a Bebê voltou ontem, depois de ser castrada pelo pessoal da Pet Móvel, na Vila Ipiranga. Pelo facebook relatei minha agonia, mesmo com toda a experiência de tantos felinos já castrados.

Mas, teve um detalhe que eu omiti. Fofa passou o tempo todo pertinho da Bebê, cuidando dela enquanto não tinha reações. E está grudada com ela desde às 23 horas de ontem, quando Bebê finalmente começou a se levantar.

São quase cinco da tarde e lá fora está chuvoso e bem frio. Meu paciente desmarcou em cima do laço, me deixando com tempo para escrever esse post. Ao meu lado, as duas estão dormindo bem juntinhas. Todas as outras estão dormindo em sua cama coletiva em outro quarto.

Fico olhando para esses pequenos seres e me perguntando: o ser humano será capaz um dia de amar dessa forma? Um amor desprovido de interesses, amar por amar, simplesmente. E será possível que as pessoas parem de gastar tempo e dinheiro em futilidades, em supérfluos, em coisas inúteis? Coisas que não conseguem explicar o verdadeiro sentido da vida. Se isso um dia acontecer, então esse planeta será, finalmente, um lugar bom de se viver.

Fofa cheia de cuidados enquanto Bebê se recupera da cirurgia de castração.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Para onde vão os objetos perdidos


Gatos e duendes não se dão bem. Segundo os esotéricos, gatos existem com o objetivo de proteger os seres humanos. Os duendes, por sua vez, são como meninos levados, sempre aprontando alguma. E, dizem os mais antigos, por vezes são cruéis.

Quando parei para pensar nisso, não tive dúvida: fui buscar aquele gatinho de apenas um mês para morar aqui em casa. Esperei que ele perdesse aquele jeito de bebezinho e passei a treiná-lo na arte de ataque e defesa. Dudú tornou-se praticamente um ninja. Um dia, olhei para ele e pensei, sorrindo:
_ Duendes, tremei!

Passado um certo tempo me dei conta de que não estava funcionando. Foi quando encontrei a Nina, uma gatinha muito querida e valente, perdida em meio a uma montanha de lixo numa calçada perto daqui. Agora, com dois gatos juntos, não tive dúvida em esbravejar:
_ Se ferraram, duendes!

Nina estava grávida quando chegou e ainda transou com o Dudú. Dessa união nasceram quatro gatinhas: Nêga, Duda, Guida e Tim. Seis gatos em casa!
_ Totalmente protegido dos duendes! _ pensei, exultante.

No entanto, o tempo encarregou-se de mostrar que ainda não era o suficiente. Quando eu já estava desanimado, uns amigos ligaram falando de duas gatinhas que viviam numa calçada. Não tive dúvida: tragam as duas, rápido! E assim chegaram a Bibí e a Bebê.

Agora sim, com oito gatos, eu me sentia o general de um agrupamento totalmente eficaz contra os malévolos duendes! O doce aroma da vitória chegando em minhas narinas ofegantes!

Doce ilusão. Pura bobagem. Hoje em dia tenho em casa oito cabecinhas sedentas de cafuné e, mesmo assim, os duendes continuam levando coisas das quais nunca mais ouço falar.

Crônica escrita como tema da aula de hoje na Oficina Literária que estou fazendo na Casa de Cultura Mário Quintana, com a Ana Mello.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Combatendo a dor de cabeça sem medicamento


Conversando pelo facebook com uma nova amiga, a Verinha Motta, ela me relatou dores de cabeça constantes.

Baseado em minha experiência de 12 anos como massoterapeuta, cheguei a conclusão de que a maior parte das dores de cabeça ou são de origem digestiva ou por excesso de tensão na região cervical, essa área que chamamos de pescoço.

Já ensinei a algumas poucas pessoas uma técnica simples para trazer alívio quase imediato para essas dores, sem ter de recorrer a medicamentos e acabei de ensiná-la, horas atrás, para a Verinha. Repito o que disse à minha nova amiga: medicamento é um nome bonito para droga. Foi a conversa com ela que me inspirou a escrever este post para divulgar essa técnica simples de forma mais ampla.

Algumas pessoas já sabem da existência dos rolinhos para serem usados nas curvaturas naturais da coluna. Podem ser permanentes, feitos com espuma ou fibras e recobertos de material vinílico ou podem ser temporários, simplesmente enrolando uma toalha de rosto ou de banho, dependendo do objetivo e do tamanho da pessoa que vai usar o rolinho.

Como eu mesmo tenho problemas de coluna desde os 13 anos de idade, me faço de cobaia para testar novas ideias. Foi numa dessas que me deu um estalo. O rolinho sob a cervical tem duas funções básicas: alongar os músculos e forçar as vértebras a assumirem a sua curvatura natural, a qual chamamos de lordose cervical. Não confunda com hiperlordose. Essa trata-se de um problema causado pelo exagero da curvatura natural.

O estalo que me deu foi que é muito mais fácil alongar um músculo aquecido. Pensando nisso, substituí o rolinho de toalha por uma garrafa pet de 1,5 l cheia de água quente. Se for uma criança ou uma pessoa muito pequena, pode-se usar uma garrafa pet de 500 ml.

A temperatura da água deve ser o máximo suportado pela pessoa que vai usar o rolinho. O tempo mínimo de aplicação é de 15 minutos. Se suportar ficar mais, não vai causar prejuízo. A pessoa deve ficar deitada de barriga para cima, sobre superfície minimamente rígida, sem travesseiros, apenas com o rolinho de pet sob o pescoço. Se o colchão não é do tipo que afunda, a cama é o lugar ideal. Se pegar no sono nessa posição, não há motivo para preocupação. No máximo, ficará com dor de ácido láctico no pescoço ao acordar. Caso sinta desconforto na lombar, coloque travesseiros, almofadas ou uma coberta dobrada sob os joelhos. Pode-se fazer movimentos laterais com o pescoço, mas também pode-se ficar em repouso absoluto. Eu gosto de movimentar, mas isso não é fundamental na solução do problema.

Aquecidos pelo calor da água, os músculos da cervical cedem mais facilmente à pressão causada pela curva da garrafa e puxam as vértebras de volta à sua posição original. Quanto maior a tensão da musculatura maior pode ser o incômodo ou até mesmo a dor durante as primeiras aplicações. Mas, justamente a dor é o melhor motivo para insistir na aplicação. Se estivesse tudo bem, não estaria doendo, simples.

Pode-se aplicar mais de uma vez ao dia, em qualquer local em que seja possível deitar-se por 15 minutos. Lembre-se de encher bem a garrafa e de fechá-la bem para evitar um incidente desagradável.

Em geral, a dor desaparece antes de completar 10 minutos sem que a pessoa perceba.

Lembre-se: é possível livrar-se da dor sem viver drogado. Pense nisso.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Carta para um amigo

Respondendo ao email de um amigo sobre o tema carnivorismo. Ou uma alimentação baseada em sangue.

"Cara, essa conversa de tipo de sangue não tem nenhuma, eu disse NENHUMA base científica*. O único senão é que ao parar com os cadáveres, é preciso repor a proteína através de leguminosas como feijão, ervilha, lentilha e soja, Outro detalhe: eu fui vegetariano quase que minha vida inteira, mas, até fevereiro, consumi produtos de origem animal, como ovos e laticínios. De fevereiro pra cá me tornei vegano. O que eu quero dizer é que os ovo-lacto-vegetarianos não têm deficiência de proteína, porque ovos e laticínios a possuem em grande quantidade.

No meu caso (vegano), sim, preciso consumir proteína vegetal todos os dias.

Acho que a pergunta é inevitável: por que vegano se não se matam as galinhas e as vacas para conseguir os ovos e o leite? Uma menina me falou (quase tudo que eu sei, salve renato russo) o seguinte: não mata mas explora. Bastou. Quando a verdade me é dita de maneira clara e tranquila, eu nem discuto.

Depois que isso ficou claro, fui mais fundo no assunto e descobri coisas tenebrosas. Tu já viu uma granja de galinhas poedeiras? Um circo de horrores. E no caso das vacas, para darem mais leite, os terneiros são mortos. É o tal do baby beef. É mais ou menos como carnear um bebê e servir na janta, para poder roubar o leite da mãe em luto.

Ou como diz o George Carlin, detonando com os anti-aborto: na mulher se chama aborto, na galinha se chama omelete.

Tudo isso me faz questionar a inteligência e racionalidade humana. Os defensores do carnivorismo alegam que somos carnívoros por natureza. Nossos antepassados eram, não tenho dúvida. Mas também tinham um cérebro subdesenvolvido. Percebeu? Subdesenvolvido! Outra coisa: todos os carnívoros possuem presas para rasgar a carne crua, como bestas. O ser humano é só besta mesmo. Mais um detalhe: os carnívoros verdadeiros comem a carne crua e quente, com a presa recém abatida. Depois aparecem os carniceiros, como hienas e abutres para comer os restos. Onde o ser humano se encaixa nessa história?

Alguém me argumentou que seria um exagero chamar de
cadáver um pedaço de carne. Oi? Sério? Você comete um assassinato e depois corta um pedaço desse ser assassinado e coloca em um prato e lambe os beiços. Ah, tá, como te dá prazer, não é cadáver? Se um cara pratica canibalismo logo é chamado de psicopata. Quer saber se tu é um psicopata? Barbada. Assiste algum filme na linha de A carne é fraca. Se tu conseguir assistir até o fim sem se emocionar, corre pro psiquiatra.

Outros carnívoros argumentam que deus (quem?) criou os animais como seres inferiores para serem usados como alimento pelo ser humano. A esses eu chamo simplesmente de esquizofrênicos. As criaturas seguem mandamentos ditados por um ser inexistente. Não dá nem pra tentar conversar.

Cara, esse email vai virar um post no blog.

Abraço do Wladimir"

* Esse papo doido de tipo de sangue foi inventado por um norte-americano (que surpresa!) para vender montanhas de livros mundo afora  e ganhar MUITO dinheiro. Isso (ganhar dinheiro) é uma coisa que eles sabem fazer com perfeição. Sempre têm otários de plantão prontos a enriquecerem mais um oportunista.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Ninguém tem cem amigos


Hoje fiz uma limpa na minha lista de contatos do facebook. Sim, esse mesmo que eu disse um dia que não teria. Acabei me rendendo e isso tem rendido situações bem interessantes.

Contando com uma pessoa que me adicionou hoje à tarde, eu cheguei aos 143 amigos! Como assim, amigos???

Como disse o Nei Lisboa "todas as pessoas que eu conheço, cabem bem juntinhas na palma da mão..."

Em primeiro lugar, a palavra amigos deveria ser substituída por contatos. E é assim que me refiro: contatos. Eu tenho, então, 143 contatos no facebook.

Tinha.

Sobraram 110. Extirpei, sem dó nem piedade, 33 contatos inúteis.

Para quem ainda não se deu conta, um contato inútil é aquele que jamais dá um curtir em uma postagem tua, nunca faz um comentário, por mais que teu post seja interessante ou polêmico ou desafiador. A criatura nem lembra que tu existe, ou, se lembra, te acha um chato de galocha e só não te exclui pra fazer volume.

Ou seja, não serve absolutamente para nada. Então, por que manter alguém inútil por perto? Sim, eu sei que é para que tu pareças um cara descolado, cheio de amigos, cheio de gente interessadíssima no que tu tens a dizer, sim, eu sei... Mas, não passa de uma grande mentira. É virtualmente impossível ter cem amigos ou mais. E mais impossível ainda comunicar-se adequadamente com tanta gente.

E os 110 que sobraram? Desses, pouquíssimos entram na categoria de amigos. Oito, para ser exato. São pessoas com quem eu posso contar e que podem contar comigo em qualquer situação. Até prova em contrário. Curiosamente, desses oito, um deles originou-se através do facebook, quem diria...

E os 102 restantes? Alguns são contatos com informações relevantes para mim, independente de lerem ou não o que eu escrevo. Um bom exemplo disso é o sociólogo Emir Sader. Imagino que, com seus cinco mil contatos, ele não tenha tempo para ler nada do que eu escrevo ou posto, mas quase tudo que ele posta é de meu interesse.

Outros, são artistas locais dos quais quero saber o que andam fazendo. Em momentos raros, trocamos algumas palavras cordiais e sem intimidade alguma.

Grupos de teatro, grupos de música também me interessam. Ando até pensando em voltar a fazer teatro e é bom ter alguns contatos na área.

Outro tema que me aproxima de pessoas totalmente estranhas é o vegetarianismo. Tenho conhecido pessoas legais por causa desse assunto. E a bicicleta e a ecologia também são fatores de aproximação. A música e a política também me apresentam gente que tem valido a pena.

Ainda assim, sobram uns 30 contatos que eu não sei bem por que ali permanecem. Provavelmente, dançam numa próxima rodada.

Eu pratico em quase todo o resto e agora descubro que nos contatos do facebook também funciona. Uma vida simples e sem perfumaria é muito mais fácil de administrar.

E muito mais verdadeira. Qualidade é [sempre] bem melhor do que quantidade.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Lixo é um problema pessoal


Eu vivo em apartamento. É importante frisar isso antes de começar a leitura que segue.

Há seis anos, todo o lixo orgânico produzido na minha cozinha, vira "terra" na minha sacada. Reservei um canto da sacada e ali fiz minha composteira. Nos primeiros dias, como não sabia bem por onde começar, eu comprei terra pronta no supermercado e, a cada porção de lixo descartado, jogava um pouco daquela terra sobre ele.

Atualmente, toda a terra usada em um grande canteiro do outro lado da sacada é produzida ali mesmo. E os vários vasos com plantas dentro de uma pequena peça, que recebeu o sugestivo nome de sala de reciclagem, também contêm a mesma terra. Dentro dessa mesma sala, em um certo canto, descansa uma terra excedente que pode, quando necessário, ser usada para cobrir o lixo orgânico recém adicionado à composteira. Ou seja, a composteira já é auto-suficiente.

Numa conta simples, digamos que eu produza, em média, um quilo de lixo orgânico por dia. Trezentos e sessenta e cinco quilos por ano. Em seis anos, deixei de descartar 2190 quilos de lixo orgânico para que a prefeitura o escondesse de meus olhos e, principalmente, de meu nariz.

Mais de duas toneladas!!!

Nessa mesma sacada e nesse mesmo período, eu adotei outra prática ecológica. Com oito gatos em casa, ou melhor, dentro de um apartamento, muita areia teria sido comprada e descartada ao longo de seis anos. Mesmo sem nunca ter ouvido falar que alguém já tivesse feito isso (e até hoje não sei de mais ninguém que o faça) eu resolvi começar a reciclar a areia dos gatos, ao invés de simplesmente jogá-la na calçada para a prefeitura recolher.

Esse procedimento começou por acaso, na verdade. Incomodado com a quantidade de areia usada que eu descartava em sacolinhas de plástico, comecei a acumulá-la na sacada exposta às intempéries, sem saber muito bem o que fazer com ela. Um dia, quando precisei remanejar o espaço, exatamente para começar a composteira, percebi que a areia acumulada não tinha mais aquele cheiro fortíssimo de amoníaco. Toda a urina tinha sido lavada pela água da chuva! Espalhei-a na sacada e deixei ao sol para que secasse. Em velhos potes de sorvete fiz vários furos com um prego quente e usei-os como peneira para desmanchar os grumos grandes, afinal essa "areia" na verdade é uma terra argilosa. Acomodei-a em algumas garrafas de cinco litros de água e, voilá!, eis que tinha novamente vários quilos de areia pronta para ser reutilizada.

Um tempo depois já dispunha de duas caixas de madeira onde comecei a juntar toda a areia com urina, já que as fezes são recolhidas ao vaso sanitário. Quando não chove com frequência, utilizo a última água da máquina de lavar roupas para jogar sobre a areia nas caixas. Também pode ser usada água da pia com sabão, desde que não esteja saturada de gordura. Não tenho um tempo exato para recolher, mas, depois de um mês exposta, se recebeu água todos os dias, a areia já pode ser recolhida para secar e ser peneirada novamente. Até hoje, passados seis anos, ela mantém as características básicas depois de seca: absorve muito bem a urina e praticamente elimina o cheiro das fezes quando os gatinhos as cobrem. A tal "sala de reciclagem" é usada para o processo de secagem e peneiragem. O lugar tem que ficar a salvo dos gatos durante o processo ou então, antes que ela esteja pronta para o reuso já estará cheia de pequenos pontos de urina. : ) Se puder secar ao sol, o resultado na eliminação do cheiro residual será perfeito. Se não for possível, um cheiro muito leve ficará na areia, não impedindo o seu uso.

Aqui também cabe fazer contas. Eu deixei de comprar, em seis anos, um pacote de cinco quilos de areia por semana. Quatro pacotes ou vinte quilos por mês. Duzentos e quarenta quilos por ano. Em seis anos, 1440 quilos de areia! Quase uma tonelada e meia!!!

Há dois aspectos em tudo isso que acabei de descrever. Em primeiro lugar, nesses seis anos, eu deixei de jogar na natureza 3630 quilos entre dejetos orgânicos e argila contaminante. Por outro lado, deixei de comprar uma tonelada e meia de areia que teria me custado em torno de 1.800 reais. Acrescendo a essa conta a terra que não comprei para poder ter meu jardim na sacada e dentro da sala de reciclagem, minha economia passou de dois mil reais em seis anos.

Eu já disse anteriormente e não custa lembrar: ser econômico é um grande ato ecológico.

Para terminar, outro dia recebi uma crítica por ainda pegar sacolinhas plásticas no supermercado onde faço compras. Por outro lado, além de sempre solicitar que os empacotadores usem menos sacolas do que estão acostumados, eu as uso para recolher todo o lixo reciclável produzido na casa. Muito se têm falado sobre as sacolinhas plásticas, mas, o que muita gente não sabe ou não diz é que a existência delas não é o problema e sim a maneira como são descartadas. Descartadas em meio ao lixo orgânico viram um enorme problema ambiental. Além disso, mesmo um saco de lixo plástico comprado com a finalidade única de descartar o lixo orgânico polui muito mais do que uma sacolinha descartada junto com o lixo seco. O saco de lixo vai para um aterro "sanitário". A sacolinha vai para uma usina de reciclagem. Portanto, na questão das sacolinhas, minha consciência está tranquila. Por outro lado, se voltarem os sacos de papel, vou adorar a ideia. Além de charmosos, são muito mais fáceis de reciclar. Aliás, meu primeiro emprego foi como empacotador do antigo supermercado Econômico no Jardim Lindoia, aos 13 anos de idade. Só existiam os sacos de papel e ninguém reclamava.

Então, não espere que o governo resolva todos os seus problemas. Reclamar sem fazer nada é, além de deselegante, um comportamento ultrapassado. O mundo mudou. Ou ainda não percebeu?

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O sentido da vida


Eu passei minha infância e boa parte da adolescência entre um centro de umbanda nas quartas à noite e uma igreja católica nas manhãs de domingo, por ordens de minha mãe.

Somente quando pude tomar decisões por conta própria foi que me afastei de ambos. Mas, durante ainda muitos anos, tentei outras vertentes religiosas como o espiritismo, a religião hindu e outras. Nem um sinalzinho sequer de deus. Nada. Só um blá blá blá inútil e muito conveniente aos falsos profetas e seus seguidores descerebrados.

Quando passei a admitir minha racionalidade descobri-me ateu. E o que mudou na minha vida? Praticamente, nada. A única coisa, de fato, é que curei-me, a tempo, de uma incipiente esquizofrenia. Viver sem medo e sem culpa me libertou. A vida tornou-se mais simples e agradável quando deixei de me preocupar com seres imaginários. A sombra da morte deixou, aos poucos, de ser companheira de noites insones. Agora, aos 50 anos, quando penso na morte, penso apenas como um processo biológico.

Para o universo somos uma efeméride sem grande importância. Não considero minha vida sagrada, tampouco mais importante do que a de qualquer um dos meus oito hóspedes felinos vitalícios. Assim como a de qualquer outro animal sobre a face do planeta. Em função disso, além de ateu, sou vegetariano quase que a vida inteira e, há duas semanas, tornei-me vegano.

Apenas por uma questão de compaixão, espero desligar-me biologicamente depois de cada um dos meus hóspedes/amigos/amores para que possa lhes dar atenção até o fim. Para que não fiquem novamente jogados pelas calçadas de onde os retirei um dia. Afinal, até hoje, o único sentido que encontrei na vida foi exatamente esse: compartilhar cuidados com quem deles necessita.

O resto é conversa para boi dormir.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Hipocrisia II - não é só fanático religioso que mata



Conversa recente pelo MSN. Foi alterado apenas o nome do contato para evitar um processo. Com o dinheiro poupado com advogados eu posso continuar ajudando animais de rua em situação de risco. Se é que vocês me entendem... Mas, vamos à edificante conversa.

Meu contato disse (13:08):
 se vc soubesse a correria que foi.......... eu disse que não viria pra casa sem antes ir no Zoo

Meu contato disse (13:09):
 sabe, Wladi, me senti de coração apertado ao ver, especialmente os ursos e os grandes felinos presos naqueles espaços apertados
 andei andei e andei por lá

Meu contato disse (13:10):
 tá tudo bem bonito, arrumadinho, sinalizado mas aperta meu coração ver os animais presos
 fui porque queria saber o que iria sentir

Meu contato disse (13:11):
 foi tudo bem, bem legal, rimos muito dos macacos e suas macaquices, mas os felinos me apertaram o peito

Wladimir diz:
 mas não te aperta o coração quando vai comer outros animais...

Meu contato disse (13:11):
 queria trabalhar num Zoo, cuidar dos animais, poder estar mais perto para poder ajudar mais

Wladimir diz:
 e no almoço, um franguinho assado...

Meu contato disse (13:12):
 eu sabia que isso viria a baila novamente, não não me aperta o coração mesmo, a questão são os animais selvagens, da floresta, do mar,......

Wladimir diz:
 isso se chama hipocrisia, baby

Meu contato disse (13:13):
 os leões deveriam estar soltos nas savanas lá na Africa e não aqui

Wladimir diz:
 se não quer falar de carnivorismo, não fale de animais, simples

Meu contato disse (13:14):
 essa discussão não vai acabar e sou muito humana e muito sensivel pra tudo que tenha a ver com a natureza, isso é meu, nasceu em mim e vou defender sempre a natureza e os animais

Wladimir diz:
 blá blá blá... até onde tu vai com isso?

Ops! Seu contato parece estar Offline...

Não é fofo o interesse dela pelos animais? Sério, isso é um problema psiquiátrico. E, pior, atinge grande parcela da sociedade. Carnívoros preocupados com animais selvagens! Kkkkkkkkkkkkk.
Essa é do tipo que comemora a bem sucedida cirurgia do seu cachorro de raça em uma churrascaria... Se fosse na China, ela poderia levar também o cachorro pro almoço. Os convidados iriam adorar.


Eu corro e não vejo tudo.


PS. O vermelho-sangue não é por acaso.


sábado, 21 de janeiro de 2012

Quando o mundo acaba



Dexter, de novo. Sexta temporada, último episódio.

Finalmente, Dexter conseguiu capturar o serial killer Travis, que mata para por em prática os planos de "deus". Ao longo da temporada, Travis ficou conhecido como o Assassino do Apocalipse. Os dois travam o último diálogo quando Travis acorda do tranquilizante injetado por Dexter. Ele está deitado sobre uma mesa, todo amarrado com plástico e fitas adesivas, dentro da igreja onde planejou e cometeu a maioria dos assassinatos.

Travis - Olá, Jesus (com cara de satisfeito e olhando a figura na parede).

Dexter - Olá, Travis (surgindo no campo de visão dele).

Travis - O quê? O que está acontecendo? - finalmente se dá conta de que está dominado.

Dexter - É assim que o mundo termina. O seu mundo, na verdade.

Travis - Não! Não! Não! Tenho que terminar o trabalho das sete chaves!

Dexter - Sinto muito.

Travis - Mas eu fui o escolhido! Fui escolhido para trazer o novo mundo!

Dexter - Escolhido para matar pessoas inocentes?

Travis - Ninguém é inocente.

Dexter - Meu filho é. E você tentou matá-lo.

Travis - Deus permitiu que seu filho morresse.

Dexter - Como pode acreditar nisso?

Travis - Porque eu trilhei o caminho dos justos.

Dexter - Conheci um homem que acreditava em deus e ele nunca usaria a fé como desculpa conveniente para matar 10 pessoas. Você usou deus. E não o contrário.

Travis - Você... você é um exemplo perfeito de como o homem se tornou podre.

Dexter - Eu sou um pai. Um filho. Um serial killer (zombando).

Travis - Você vai queimar no inferno!

Dexter - Não, acho que meu lugar é aqui. Porque talvez haja um lugar para mim neste mundo... assim como eu sou. A luz não pode existir sem a escuridão. Cada um tem a sua finalidade. E se há um propósito para a minha escuridão, talvez seja para trazer algum equilíbrio para o mundo. Porque, convenhamos, o mundo será um lugar bem melhor sem você.

Travis - O mundo vai acabar. E, quando isso acontecer, estarei ao lado de deus.

Dexter - Tem certeza disso?

Travis - Sim.

Dexter - Bom para você.

Travis - Está zombando de mim!

Dexter - Não, eu quase o invejo. Deve ser bom ter tanta certeza.

Travis - Você está errado sobre tudo porque não acredita em deus, mas eu tenho fé. Eu confio no plano de deus.

Dexter - Sério? Então deve ser o plano de deus você estar na minha mesa. Acha que é pela vontade de deus que estou a ponto de matá-lo? Deus não tem nada a ver com isso! Está envolto em plástico porque eu quero matá-lo.

Travis - Isto não era para ser assim!

Dexter - Talvez seja exatamente assim que era para ser. Talvez tudo seja exatamente como deveria ser...

Dexter desfere o golpe fatal. Não apenas um serial killer a menos, mas um lunático religioso a menos.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Se eles matam, nós comemos?


Mal começou o ano e já tenho assunto para o blog.

Ontem recebi um email de um cara que eu prezo. Ele tem bom gosto musical, umas boas sacadas da vida em geral e nos identificamos politicamente. A única diferença é que eu torço para o inter e ele para o grêmio, o que, convenhamos, não quer dizer merda nenhuma. Futebol não passa de um engana-bobos.

Bem, essa era nossa única diferença. Ontem, em um de seus emails, ele fazia apologia do carnivorismo como sendo mais benéfico à saúde humana do que o vegetarianismo. O assunto do email era "Uma imagem vale mais do que mil palavras". O bojo do email trazia o texto de um suposto médico norte-americano acompanhado de duas fotos. A primeira foto mostrava uma suposta mulher de 51 anos com a pele toda enrugada e bem feia (dentro dos padrões de beleza sociais).

A segunda foto mostrava outra suposta mulher de 51 anos, com uma pele de bebê (viva o photoshop) e muito bonita (ainda dentro dos mesmos padrões de beleza). A primeira seria vegetariana e guru alimentar. A segunda seria uma chef de cozinha carnívora. O tal médico compara a beleza das duas, sugerindo que a carnívora é bela por comer carne e a vegetariana é feia justamente por não fazê-lo.

Na mesma linha de raciocínio o suposto médico sugere que se fume e beba à vontade. Quanto mais o fizer, mais belo chegará aos 50 anos.

Bem, a menos que alguém me pergunte sobre minha alimentação ou resolva me contar o que pretende ou mesmo o que está com vontade de comer, eu não falo sobre vegetarianismo com ninguém. E quando faço é com pessoas de quem gosto bastante e com as quais sinto que tenho intimidade suficiente. E muito menos envio email com vídeos ou imagens chocantes sobre métodos de se obter carne para o consumo humano. Acho que ninguém é tão idiota a ponto de não saber do que é cúmplice. Portanto, não admito que venham me fazer propaganda de carne e, muito menos, baseada em preconceito.

Abaixo reproduzo, na íntegra, o conteúdo de minha resposta para ele.

Assunto: Eu sou a prova viva da saúde de um vegetariano
Caro Fulano de Tal (não seria polido revelar aqui o nome do amigo)

Em primeiro lugar, um ótimo 2012 para ti e para tua família. Bom, sobre carne e vegetais tenho duas coisas a te dizer.

1. Eu sou vegetariano desde que me conheço por gente e tenho uma saúde ótima. Sou grande e muito forte. Com 50 anos feitos em outubro, jamais fui parar em uma emergência, jamais precisei de cirurgia alguma e sequer tomo remédio para qualquer dor. Se não tenho a beleza de um Gianechinni é porque minha genética não ajuda em nada. Meu pai era um sujeito feio e eu sou a cara dele. Não confunda padrões de beleza com padrões de saúde. Esse médico que fez essa afirmação não passa de um idiota financiado por grandes empresas frigoríficas.

2. Por outro lado, toda vez que tu comes um pedaço de carne, de frango ou de peixe, tu estás comendo um pedaço de cadáver, fruto de um assassinato. Eu ia completar com cruel, mas se a palavra assassinato não comove, a palavra cruel é o mesmo que nada. Se isso não te incomoda, beleza, vá em frente. Mas não me venha com essa conversa furada de que um carnívoro é mais saudável que um vegetariano.

Um abraço carinhoso do amigo Wladimir

Mais do que irritante, o assunto é risível. Quanta ingenuidade! Se fôssemos medir saúde através da beleza eu não teria passado dos 40 anos, que dirá chegar aos 50 pedalando 60 km a cada 2 ou 3 dias.

Para encerrar. Esse mesmo amigo tem uma filha que, não bastasse ser muito inteligente, também é muito bonita, e sem photoshop. E, adivinha? Exatamente: a menina é vegetariana. Eu corro e não vejo tudo...